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O único pentacampeão da Copa do Mundo de Futebol deseja ainda mais

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Se você é brasileiro sabe bem o que faz nosso coração bater mais forte. Escute esse podcast e acredite no Hexa!

Copa do Mundo - Muitas emoções
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A Copa que tinha tudo para dar certo

A sede da Copa de 1962 ficou entre Argentina e Chile, após a FIFA decidir que já estava na hora do torneio ser realizado na América do Sul, depois de duas edições seguidas terem sido na Europa. No dia 10 de julho de 1956, a FIFA ouviu os Argentinos, que desde 1930 buscavam organizar uma edição. A proposta dos hermanos baseava-se no discurso de que eles tinham tudo que era necessário para o sucesso do torneio. No dia seguinte, os chilenos apresentaram um plano bem menos ambicioso, porém inspirador, onde os próprios afirmavam que não tinham nada, e por isso a copa para eles seria tudo. O discurso acabou comovendo os votantes, que em sua maioria escolheram os chilenos para sediar a 7° edição da Copa do Mundo.

Apenas quatro estádios foram utilizados, sendo que apenas um deles estava pronto antes do anúncio de que o Chile seria a sede. As dificuldades para preparar a estrutura necessária não pararam por aí. Em 1960 aconteceu uma catástrofe natural, o Sismo de Valdivia, um terremoto que atingiu 9.5 graus na escala Richter e foi acompanhado de alguns tsunamis. O desastre deixou cerca de 2 mil mortos e mais de 2 milhões de chilenos desabrigados. Isso fez com que várias federações europeias pedissem a FIFA a troca da sede da copa de 62, já que as mesmas duvidavam que os chilenos fossem capazes de organizar o torneio depois de tamanha tragédia. Mas contrariando os pessimistas, o país se uniu em um único objetivo, escorados no discurso que deu a eles a honra de sediar o torneio, se reergueram terminando em tempo recorde todos os preparativos.

A seleção brasileira manteve a mesma base campeã de 58, e tendo Pelé que aos 21 anos já era considerado pela imprensa como um dos maiores de todos os tempos, entrava como principal favorita. Nós éramos os atuais campeões e de quebra, tínhamos o maior de todos, no auge: Pelé. O jovem Odair Coelho, tinha a mesma idade que o rei. Com seus 21 anos conseguiu ingressos para ir ao Chile assistir o primeiro jogo da seleção brasileira. “Estava tudo certo para ir, seria minha primeira vez fora do país. Foi quando meu irmão mais novo sofreu um acidente de moto dias antes”, conta Odair. Os pais dele insistiram para que ele fosse para a viagem, mas o instinto protetor de Odair o fez cancelar a passagem e vender seu ingresso para o jogo.

 A estreia do Brasil foi positiva, inaugurando o primeiro (e único) gol de Pelé na copa de 62, que até hoje é considerado um dos gols mais bonito de todas as copas. Na segunda partida canarinho, como em 58 um 0 a 0 sem emoção, dessa vez contra a Tchecoslováquia. Porém, no final do jogo o empate era a notícia que menos importava. Aos 27 minutos do primeiro tempo, Pelé ao arriscar um chute de fora da área levou a mão à coxa, após atendimento o rei voltou a campo, já que na época não eram permitidas alterações no meio da partida. Mal sabia ele que esta ação só agravaria sua distensão muscular, tornando esses os seus últimos minutos na Copa do Chile em 62. Enquanto isso, no Brasil, Odair ria do acaso comparando a história do irmão e do melhor jogador da seleção. Ambos teriam que assistir o restante da copa imobilizados e na cama. “Foi triste porque naquele momento tínhamos certeza de que não ganharíamos a copa. Não tínhamos chances sem o Pelé”, lembra Odair.

Mas o final, você leitor já deve saber. O Brasil foi bicampeão na Copa do Mundo de 1962 contrariando a todos os indícios. Garrincha foi a estrela daquele torneio ficando conhecido mundialmente por seus dribles.

Colorindo o tricampeonato 

A Copa do Mundo de 1970 foi um marco na vida de muitos brasileiros. O México sediou o evento em que a Seleção chegou ao tricampeonato mundial trazendo alegria para a população, mesmo em meio a Ditadura Militar. Muitos craques trouxeram genialidade as competições como Pelé, Tostão, Jairzinho, Gerson, Rivellino, entre outros jogadores. O professor Ruy Schwantes acompanhou o campeonato mundial desde os primeiros instantes e torcia muito pelo nosso país, desta vez realizando o sonho de assistir por uma televisão a cores. No decorrer de todos os jogos a Seleção conquistou a vitória, saindo como campeão daquele ano. Schwantes compartilha um pouco da suas recordações e momentos vividos durante esse ano tão marcante para a história do Brasil.

 

 

ALT ABJ: Quais as suas lembranças da Copa de 1970? Quantos anos o senhor tinha?

Ruy Schwantes: Na copa de 70 eu tinha 17 anos.  A emoção que existia no Brasil com a copa de 70 foi muito grande. A emoção existia pelo movimento militar, da ditadura. O Brasil estava desenvolvendo uma situação de ame-o ou deixe-o.  A copa foi muito importante nesse contexto porque fez com que o povo amasse o Brasil, pelo bom desempenho e etc.

ALT: Quais são as suas recordações de um Brasil campeão?

RS: O ataque foi formado de uma forma maravilhosa, se encaixava bem. Então foi um ano de vitórias e que se eu não me engano, o Brasil venceu todos os jogos, o que não aconteceu nas outras copas. Outra novidade daquela época é a televisão colorida. Era uma coisa razoavelmente recente. Chamava a atenção você ver a transmissão colorida, porque antes era só o rádio. As lembranças são todas com muita alegria. Apesar dos jogos terem sido difíceis e muito tensos. Durante a Copa, as ruas ficavam vazias, toda a população se envolveu muito, como em nenhum outro campeonato mundial visto até então.

 

ALT: Nas copas campeãs anteriores, 58 e 62, o senhor era bem novo, mas há alguma lembrança de quando o Brasil foi campeão e bicampeão? Conte-nos um pouco.

RS: Eu lembro da copa de 58 e de 62, que aconteceu na Suécia e Chile respectivamente, eu perto de um rádio grande que tinha em casa, e escutando os jogos com meu irmão, que tinham muita interferência e barulho. O VT (vídeo tape) chegava dois dias depois do término do jogo, isso para quem tinha televisão, o que não era o caso da minha família.

Na copa de 58, eu morava no Bairro de Moema, São Paulo. Tinha apenas cinco anos, mas já havia aprendido a contar. E me lembro de ir na varanda da minha casa e contar no céu mais de 300 balões. Na copa de 58, quando os jogadores saíram do aeroporto, e passaram por uma avenida perto da minha casa em cima do caminhão, com todos felizes nas ruas recebendo os jogadores e comemorando.  

Uma curiosidade de 62. Antes mesmo da Copa começar criaram uma musiquinha: “Saci Pelelé, Saci Pelelé, Saci Pelelé pulou, pulou pulou no Chile, cada pulo fez um gol”. Essa música tocava no rádio e todos cantavam. Acabou que o Pelé se machucou assim que chegou no Chile, contudo mesmo assim conseguimos ser campeões.

 

ALT: Em meio a toda euforia e comemoração da vitória de 1970, como estava a situação do Brasil nesse contexto de ditadura militar?

RS: A censura era muito pesada. E a copa foi uma estratégia do governo de tirar o foco das coisas ruins. A propaganda política necessária da ditadura, mostrava que o  Brasil era um super país e além disso era campeão mundial do futebol. A sensação era boa, de bem-estar, apesar das mazelas da ditadura e dos problemas. Tinha muitas situações pesadas acontecendo, bombas explodindo prédios, perseguições, mortes, entretanto no jornal a gente não via o que estava acontecendo de verdade.

Testamos o conhecimento de algumas pessoas a respeito de curiosidades da Copa do Mundo

Time de primeira

Brasil é um país de primeira quando se trata de futebol. A única seleção a participar de todas as edições da Copa do Mundo, única pentacampeã, e assim como a Alemanha, nunca falhou nas eliminatórias, tendo se classificado em todas que disputou. Mas não é só nisso que nossa Amarelinha é a primeira.

Era 1994. O país vivia uma nova fase com a implantação do Real como unidade monetária. Os brasileiros haviam acabado de perder o piloto de Fórmula 1, Ayrton Senna, ícone do esporte brasileiro. E foi nesse clima de luto, sem grandes perspectivas, que a seleção brasileira entrou na disputa pela Copa do Mundo nos Estados Unidos. A falta de expectativas vinha da campanha feita pelo Brasil nas Eliminatórias. Após empatar o primeiro jogo contra o Equador, o segundo trouxe a primeira derrota brasileira em Eliminatórias da história, com 2x0 pra Bolívia. Mas eis que surge Romário, convocado após constantes pedidos da torcida. Os dois gols do atacante em cima do Uruguai garantiram a classificação brasileira no Mundial.

A seleção não era favorita, o time considerado defensivo demais. O título não vinha há 24 anos, desde os tempos de Pelé. A esperança era depositada em Romário e nos craques Raí e Bebeto. E não é que daria certo? A primeira fase trouxe duas vitórias e um empate, garantindo a classificação em primeiro lugar no Grupo B, com sete pontos. Na fase do mata-mata, os adversários das oitavas de final eram justamente os donos da casa, bem no Dia da Independência Americana. O Brasil perdeu muitas finalizações e ainda tinha um jogador a menos, Leonardo, expulso após dar uma cotovelada em Tab Ramos. Foi então que aos 28 do segundo tempo, Bebeto marcou assegurando a próxima fase. Nas quartas de final contra a Holanda, o placar abriu somente no segundo tempo. Vitória de 3x2. Um dos gols foi de Bebeto, conhecido por eternizar a comemoração do “embala nenê”. Vaga brasileira na semifinal contra a Suécia. Romário marcou o único gol da partida garantindo a final com a Itália.

Hora da decisão. Mais uma vez Brasil e Itália se enfrentavam. Assim como em 1970 as duas seleções fizeram surgir a primeira seleção tricampeã, a final de 1994 faria surgir o primeiro tetracampeonato. De um lado o ataque de Romário, de outro, Roberto Baggio. Momentos de tensão, o calor americano do meio dia não ajudava. Foram 120 minutos no zero a zero, 90 de jogo e 30 de prorrogação. Pela primeira vez na história um título seria decidido através de pênaltis. E como o Brasil é um time de primeiras, não deu outra. Com vantagem de três gols contra dois da Itália, Brasil se consagrou TETRACAMPEÃO. A primeira seleção a conquistar o quarto título, dedicado a Ayrton Senna.

No Brasil, milhares de pessoas comemoravam a vitória. Mas o casal Marta e Eliezer Machado tinha mais um motivo para comemorar: o casamento. A prorrogação e os pênaltis atrasaram os convidados, que assistiam ao jogo minutos antes da cerimônia começar. “Fiquei pronta a tempo, mas quando cheguei próximo à igreja, percebemos que não tinha ninguém, a não ser quem abriu. Tivemos que dar voltas pelo Centro pra esperar os convidados”, lembra Marta. Anos depois, eles tiveram dois filhos. “Sem programar, Arthur nasceu em 1998 e Felipe nasceu em 2002, anos de Copa. Eu de resguardo, acordava nas madrugadas pra assistir aos jogos do Brasil”, relata. A Copa marcou profundamente aquela família. Ainda hoje, marca milhares de pessoas. Marta e Eliezer casaram e tiveram dois filhos. Quem sabe, assim como eles, você é o próximo a ficar marcado. E não estamos falando só pela Copa.

Qual é a principal memória que você guarda da Copa de 2002?

Direção: Prof. Me. Andréia Moura

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Vídeo: Guilherme Melo e Lia Castro

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