top of page

O comprimido anticoncepcional faz parte do calendário e das dores de muitas mulheres 

Revolução do Feminino

Era setembro de 1939 quando a Polônia foi invadida pela Alemanha, país ressentido com os resultados da guerra anterior. A invasão foi o estopim para que um novo conflito entre as nações se iniciasse. Os homens foram convocados, mesmo que inexperientes, para que se tornassem soldados. As mulheres ficaram em casa.

Estar em casa e cuidar das demandas do lar, impostas pela sociedade na época, já era o costume das mulheres na primeira metade do século passado. Entretanto, a chegada da Segunda Guerra Mundial aumentou a lista de compromissos sob responsabilidade feminina.

Com os homens fora de cena, as mulheres tiveram que assumir os negócios da família e todas as atividades que antes eram realizadas por eles. Muitos morreram ou foram impossibilitados de retornar ao trabalho. A partir de então, a atuação feminina na sociedade foi de fato alterada visto que foram rearranjadas em relação a suas funções. A professora de história Thaís Gonçalves aponta essa época como essencial para a reconfiguração do papel dos sexos.

Ainda há muitos estereótipos que tangem o feminino, mas a taxa de participação das mulheres no mercado de trabalho é crescente. Segundo Pesquisa de Emprego e Desemprego no Distrito Federal, esse índice cresceu de 59,1% em 2016 para 59,9% em 2017. 

A emergência da mulher como profissional coloca em segundo plano outros papéis que outrora eram designados a elas. “Antigamente as mulheres serviam apenas para gerar filhos”, comenta Thaís. Ela cita o caso de Esparta, onde o útero era fábrica de guerreiros e todo corpo se resumia a essa única função.

O tempo passou e as concepções mudaram. Atualmente, muitas não sentem a necessidade ou desejo de ser mãe. Esse é o caso de Sandra Rodrigues, atendente de telemarketing. Casada há quase 20 anos, decidiu juntamente com seu marido, ainda no início do relacionamento, que não teriam filhos.

Para tomar a decisão, o casal levou em conta fatores financeiros, falta de segurança no Brasil e o elevado nível de responsabilidade que a paternidade exige. Além disso, consideraram o fato de que o papel da mulher na sociedade foi modificado. “Atualmente, a maioria de nós possui uma profissão e não são mais educadas desde a infância com a responsabilidade de ficar somente em casa cuidando dos filhos e dos afazeres domésticos”, opina Sandra.

Adan Augusto, esposo de Sandra, enfatiza a importância dos métodos anticoncepcionais. “Acreditamos que a maioria das pessoas nem mesmo conseguem essa oportunidade de optar ou não por ter filhos, pois muitas crianças nascem devido a seus pais terem esquecido de usar anticoncepcional ou camisinha”, finaliza.

A pílula anticoncepcional 

Em tempos que falar sobre sexo era um tabu (1950), a feminista Margaret Sanger e a milionária Katherine McCormick se uniram para inventar uma pílula contra a gravidez que fosse fácil de usar, eficiente e barata. Com o biólogo Gregory Pincus e o químico Carl Djerassi isso foi possível. Em 1960, o primeiro método oral de contracepção chega ao mercado com a manchete “Um dia histórico e um tremendo passo à frente”, pela revista Der Stern.

Os primeiros anticoncepcionais eram semelhantes à progesterona, atualmente os hormônios da pílula são iguais aos do nosso organismo, por isso podem ajudar desde o controle do ciclo menstrual até o tratamento da menopausa. Para chegar em um nível adequado de substâncias, a pílula passou por diversas transformações.

Mesmo sendo uma boa maneira de contracepção, oferece riscos. Simone Pieper tem 42 anos e, em 2016, descobriu que tinha câncer de mama por usar a pílula por muito tempo. “A princípio foi ótimo. Eu tinha sangramento sem parar e o anticoncepcional ajudou. Após alguns anos passei a mudar constantemente de pílula porque não faziam mais efeito”, revela. O tempo passou e, já com câncer, soube por meio da médica que no passado os hormônios eram mais fortes e aumentavam o risco da doença.

Simone começou a tomar o anticoncepcional em 1995 e parou algumas vezes. Sua filha necessita da pílula, pois teve uma forte hemorragia. Ela comenta que só concorda com o uso dos anticoncepcionais em casos de real necessidade como esse.

Hoje as pílulas oferecem riscos em grau bem menor e podem ajudar em doenças como a endometriose, mas não devem ser tomadas sem consultar um especialista. Existem vários tipos de pílulas e as mais comuns são:  

- Pílula monofásica –Essa é a mais receitada e deve ser tomada a partir dos primeiros dias da menstruação, sendo interrompida por sete dias.

- Minipílula - Indicada para mulheres que estão amamentando e querem evitar uma nova gravidez. Deve ser tomada sem interrupção)

- Pílula multifásica - Tem combinação de hormônios com diferentes dosagens. Causa menos efeitos colaterais e a ordem da cartela deve ser respeitada.

 

Cada pessoa precisa de uma pílula adequada ao seu organismo. A ginecologista Flávia Fairbanks esclarece ao site “só delas” que é necessário avaliar o histórico familiar da paciente para evitar o risco de doenças. Os efeitos colaterais variam. Flávia explica que a pílula pode aumentar o desejo por carboidratos e favorecer a retenção de líquidos. Isso pode gerar celulites e facilidade de engordar se a alimentação não for cuidada. O lado positivo é que os hormônios das pílulas ajudam a reduzir a oleosidade da pele, a acne e até a grande quantidade de pelos, pois controlam o nível dos hormônios masculinos.

 

Com o anticoncepcional, a mulher ganhou mais autonomia sobre seu corpo. Apesar de ser um medicamento conhecido e com vários benefícios, o uso sem cuidado oferece grandes riscos. Use só após consultar um especialista. Com seu corpo, todo cuidado é pouco.

“Uma escola onde os professores são engajados em incluir a criança, tanto academicamente como socialmente”

Alt

Você conhece outros métodos anticoncepcionais?

Já pensou em uma pilula anticoncepcional masculina? Não?

Então se liga nesse altcast

Anticoncepcional Masculino - Que tal?
00:00 / 00:00

Vulcões podem explodir

Os furacões em forma de mulher não são raros. As erupções são de todas as ordens, sejam na pele ou no temperamento. O uso de anticoncepcionais há tempos não é mais visto como uma solução, mas o próprio problema. E se tem uma coisa que as mulheres são boas em fazer é resolver problemas, mesmo que isso signifique abandonar o uso da pílula.

 

A cabeça de Flávia Belligoli, coroada por fios cor de ouro, faltava explodir e qualquer coisa a tirava do sério. Atura-la não era fácil, é preciso admitir. Mas não há ofensa nisto, ela mesma não se suportava. “Me tornava muito chata mesmo”, reconhece a vendedora. Os transtornos eram maiores que os supostos benefícios.

 

Como não conseguia usar o anticoncepcional e teve muito sangramento, menstruava 15 dias, dava folga ao absorvente por três, e o fluxo dava as caras novamente. “Não tinha como usar a pílula”, pensava.

Aos 22, Flávia já tinha trocado de receita mais que sua curta pachorra podia suportar. “Tomei vários, a médica mudou para ver se conseguia me adaptar com algum, mas não consegui”, recorda. Depois de dois anos e meio tentando, decidiu igualar o consumo da pílula ao nível da paciência. Somadas pela matemática, resultam num total de zero. “O jeito era fazer a prevenção com o método tabelinha e camisinha. Quando tive a Sara, há quase 19 anos, comecei a usar o DIU de cobre, usei os 10 anos e depois fui para o DIU Mirena”, conta. O sentimento foi intenso e o amor foi verdadeiro. Estão juntos e felizes até hoje. A ginecologista de Flávia afirma que o baixo teor de hormônio do aparelho é o motivo da fácil adaptação da paciente.

 

Mais precoce que Flávia, foi a universitária Carolina Inthurn. Diagnosticada com ovários micropolicisticos aos 17 anos, foi logo apresentada ao comprimido que ela prefere chamar de veneno. A doença de Carol não tem cura, mas é tratável. “Eu “TENHO" que tomar anti por ordens ginecológicas, mas eu comecei a ver muita coisa errada, politicagem, meu corpo não reagia bem”, desabafa. Não se vendo obrigada a tanto, resolveu suspender o uso. “Até então eu achava que essa era a doença, até saber que, na verdade, esse é um sintoma de uma coisa maior”, explica.

 

A descoberta de Carolina não foi muito boa. “Descobri que meu problema hormonal não é a raiz, e sim só um fruto de um problema maior. E com todo mundo é assim”, conta rindo para não chorar. Segundo a universitária, a substância já foi a coisa da morte de algumas pessoas. “Meu problema hormonal tem como causa minha resistência à insulina, por isso eu tinha cistos nos ovários. Tratar com anticoncepcional só fazia com que eu escondesse os sintomas dos cistos, mas não me tratava na resistência à insulina”, explica.  

 

Os médicos nunca explicavam nada para Carolina e, quando questionados, ignoravam o problema.  Tudo isso por um motivo: dar dinheiro para a indústria farmacêutica. A resistência à insulina de Carol pode ser tratada com alimentação e exercícios, logo, a pílula se faz desnecessária. A pele da jovem limpou, a menstruação regulou e a vida entrou nos eixos. Mais uma separação com final feliz.

 

Nunca contaram a essas mulheres que problemas hormonais eram causados por variados fatores e que o anticoncepcional, mesmo as fazendo desmaiar e vomitar, as dava uma falsa ideia de solução de um problema. Os vulcões mulheris têm todo direito às erupções que lhes são comuns, desde que estas sejam naturais, conscientes e desejadas.

Direção: Prof. Me. Andréia Moura

Contatos: (19) 3858-9072

                    abjnotícias@gmail.com

                   @abjnoticias

REALIZAÇÃO

EXPEDIENTE

 

Editora chefe: Prof. Ms. Andreia Moura

Secretária de Redação: Victória Coelho


Repórteres: Larissa Schimmack, Kawanna Cordeiro, Sara Rabite e Victória Coelho


Programação visual: Emanuely Miranda e Lia Castro


Vídeo: Guilherme Melo e Lia Castro

Modelos: Maikon Rodor e Rita Rodor

bottom of page