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As diferenças geracionais podem gerar conflitos

“Uma escola onde os professores são engajados em incluir a criança, tanto academicamente como socialmente”

O segredo é o estímulo

Nikolas Vital Kuhn tem 16 anos e cursa o ensino médio em um colégio regular. Pisou pela primeira vez em uma escola aos cinco anos. O garoto faz parte do grupo que ama o ambiente escolar, desde as atividades do dia a dia, bem como as extracurriculares. Nikolas sempre teve uma agenda cheia: natação, equoterapia, tênis e até Kumon. Suas atividades são comuns aos garotos de sua idade. O que “difere” Nikolas dos outros é que ele tem Síndrome de Down.

A trissomia no cromossomo 21 é a alteração cromossômica mais comum na sociedade. No Brasil, ainda não existe uma estatística exata de quantas pessoas têm Síndrome de Down, entretanto calcula-se que a proporção é 1 para cada 700 nascimentos. Há algumas décadas, era considerado praticamente impossível um Down conviver no meio comum a todos, estudar, trabalhar e até mesmo atingir a terceira idade. Contudo, esse pensamento é cada vez mais desmistificado e levado a uma ação simples na infância: estimulação.

A socialização com as demais crianças e a dinâmica de aprendizagem são processos que podem possuir certo grau de dificuldade, mas que acontecem naturalmente. Aparecida Paiva é professora especializada em educação especial e psicopedagogia. Ela afirma que conviver com pessoas de diferentes origens e formações em uma escola regular, é de suma importância no desenvolvimento de um Down. “A dinâmica de aprendizagem de uma criança com Síndrome de Down na sala de aula ocorre através da adaptação curricular de todos os conteúdos de acordo com o nível de desenvolvimento intelectual do discente”, explica.

 

A mãe de Nikolas, Denise Kuhn, conta que, a partir do momento que seu filho entrou na escola, ficou mais comunicativo e atencioso nas atividades do dia a dia. No início, possuía alguns desafios, como permanecer na sala de aula e aprender os conteúdos que muitas vezes, de início não eram adaptados. Denise apresenta sua definição de escola preocupada com o bem-estar de crianças com Síndrome de Down. “Uma escola onde os professores são engajados em incluir a criança, tanto academicamente como socialmente”, frisa.

A diretora da escola que Nikolas estuda, Carla Lopes, afirma que a escola é um meio da criança com Síndrome de Down se socializar e também, dentro de suas possibilidades, se desenvolver. “A aprendizagem é bem mais lenta e com muitas dificuldades devido à síndrome, mas ela precisa perceber que existe a possibilidade, dentro de suas potencialidades no aprender“, enaltece a diretora.

Qual é o retrato das gerações?

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Relações Intergeracionais

A convivência entre diferentes é, quase sempre, um problema. Um dos estímulos para essa diferença existir é a faixa etária, visto que, os grupos das variadas gerações que formam a sociedade hoje possuem valores, ideias e interesses discordantes uns dos outros.

Essas gerações são formadas pelos baby boomers, nascidos entre 1945-1960, geração X, de 1961 a 1980, e geração Y, entre 1981 a 2000. Os baby boomers nasceram no fim ou após a Segunda Guerra Mundial e foram educados com rigidez e disciplina, totalmente diferente da geração X, que se adapta a mudanças rapidamente, possuem uma tendência a informalidade e são inseguros quanto a geração Y, por medo de perderem seu espaço no mercado de trabalho; os Y são totalmente independentes e individualistas, fascinados por desafios não possuem medo de posições de poder, sem falar que nasceram na era digital e vivem em rede.

Esses conflitos vêm à tona em casa, na faculdade e nos relacionamentos interpessoais, mas o principal espaço que essa divergência se torna nítido é o mercado de trabalho. Uma pesquisa realizada pela consultoria norte-americana VitalSmarts com mais de 1.300 gestores, conclui que pelo menos cinco horas de trabalho por semana são desperdiçadas em razão das diferenças de pensamento, que envolvem faixas etárias distintas. Esse tempo gasto representa uma perda de 12% no faturamento dos negócios.

“A diferença de idade começa dentro de casa já, porque eu sou filha única e meus pais engravidaram tarde, em muitas coisas nós pensamos diferente devido a isso”, confessa a estudante Karine Monteiro, 21 anos, geração Y. Karine também é chefiada por baby boomers, e explica que a diferença também está no trabalho. “Existem dois lados, eles são muito mais experientes e eu aprendo muito com isso, só que nem sempre eles aceitam ideias novas para o crescimento do setor, certamente por não entender as melhorias, principalmente as que envolvem novas tecnologias”, diz. “Os principais problemas são a falta de interação, que impede todos de trabalhar em equipe, a falta de empatia gera uma tensão na empresa e clima organizacional se torna estressante”, revela o psicólogo clínico e organizacional, Bruno Almeida.

O coach executivo, Edson Moraes, exemplifica como a situação poderia ser resolvida no trabalho, onde o conflito é maior. “Coletivamente, a realização de dinâmicas de grupo que respeitem as características de cada um, que valorizem o respeito às diferenças e que permitam e promovam o reconhecimento e a compreensão de aspectos complementares relacionados a competências e habilidades, de forma a explorar o espírito de equipe e o compromisso com o atingimento de objetivos estratégicos que beneficiem a todos, independentemente da geração”, diz.

A estudante, que trabalha com vendas, explica que as palestras motivacionais que o trabalho oferece deixam a desejar exatamente pelo mesmo motivo: os chefes, por serem mais velhos, não se adaptam a realidade do hoje, sempre relatam histórias do passado sem levar em conta o passar dos anos e a mudança causada por isso.  A diferença etária é um processo constante no mundo e isso nunca será superado. As pessoas são diferentes e pensam diferentes, o resultado para um convívio amigável é saber lidar com todos os tipos de pessoas, o diálogo sempre será a solução mais prática.

“A diferença de idade começa dentro de casa já"

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Conflitos entre gerações - Possíveis Soluções
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O convívio entre as gerações pode gerar conflitos. Escute dicas para solucioná-los!

Para se relacionar

Quantas e quantas vezes você se perdeu pensando no por que daquele pensamento. Na sua cabeça está tudo muito claro. A maioria dos seus amigos pensa como você. Mas por que seu pai, tio, chefe, professor tem pensamentos tão distintos dos seus?

Seus problemas acabaram. Quer dizer, acabar não vão, mas entender a dinâmica deles já é um grande passo. Tudo, ou quase tudo, que envolve essa divergência tão grande de opiniões, desejos e comportamentos pode ser explicado através da compreensão das gerações. Você viu lá em cima que existem quatro grupos geracionais: Baby Boomer, X, Y e Z. Mas calma que não estamos falando de incógnitas da matemática. Isso pode ser resolvido com uma conta bem simples. Basta encaixar cada pessoa em uma das quatro gerações de acordo com a idade. Percebe? São anos, até décadas de diferença.

Agora vamos ao contexto. Pense no cenário social em que viveu e vive cada geração. Estamos falando de anos de história, eventos políticos e sociais, desenvolvimento tecnológico e adequação e inadequação de conceitos. Aquilo que antes era comum, hoje já não é mais. Assim como aquilo que antes nunca foi nem mesmo imaginado, hoje tem parte ativa no cotidiano de muitas pessoas. Quer um exemplo? Vani Rosa tem 52 anos e compara sua infância com a de seus filhos. “Meus pais me ensinaram a fazer brinquedos.

Usávamos muita lata de massa de tomate e sardinha. Eu não consegui passar isso para meus filhos”, lembra. Esse é um fato comum à geração X. Já para a geração Z de César Júnior, filho da Vani, o fato comum é o uso da tecnologia. Tão comum que ele chegou a ficar impaciente ao ter que ensinar para sua mãe como mexia no novo smartphone. “Para comprar o celular foi osso. Ela chegou à loja sem nem saber o que ia comprar. Quando viu um celular bonitinho, falou: é esse mesmo. Aí chegou aqui e começou: como é que o Wi-fi funciona? Ela perguntou o porquê de cada coisa. Eu tive que explicar tudo, naquela paciência né, que todo mundo tem...", desabafa.

Cada geração apresenta um perfil comum. Esse perfil pode entrar em conflito com perfis de outras gerações. Johanna Costa pertence à geração Z, enquanto seu namorado José Júnior é da geração Y. Eles têm 16 anos de diferenças que não ficam só na idade. “Possuímos diferenças em muitas coisas, como questões relacionadas à responsabilidade, paciência e alguns costumes. O que por vezes é motivo de desentendimento, de sentar e conversar”, revela.

E por falar em perfis das gerações é importante saber os pensamentos e comportamentos delas. Essa é a chave para entender muitos conflitos que existem por aí. Com tantas características conflitantes é claro que os conflitos conflitariam. Então? Com essa última frase sentiu como se estivesse conversando com outra geração e não entendeu nada? Pois é. Por isso a compreensão é importante. E um último conselho: seja tolerante, paciente e acolhedor. Aprenda que os conflitos e diferenças sempre existiram e sempre existirão. Então, “seje menas” e se torne mais.

Cada geração apresenta um perfil comum

Direção: Prof. Me. Andréia Moura

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