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O cinema é pensado para fazer pensar

Arte e protesto

Hoje em dia é muito comum encontrar artistas que usam sua arte como uma forma de protesto. Seja através da literatura, da música, das artes plásticas, do cinema ou de qualquer outro movimento artístico.

A arte está constantemente presente nas revoluções sociais atualmente, mas essa movimentação não começou nos dias de hoje. A professora Janaina Xavier, doutoranda em artes visuais, fala que não é possível saber precisamente quando a arte foi usada para esses fins pela primeira vez. “Mas pode-se caminhar no tempo até 1507, onde os protestantes fizeram muitas gravuras para denunciar as ações da Igreja Católica”, afirma.

A professora também comentou que, no período entre a segunda parte dos anos 1700 e a primeira metade dos anos 1800, se destacou o artista Francisco de Goya. Ele fez uma série de pinturas “Los Desastres de la Guerra” com o objetivo de criticar e mostrar os horrores das guerras espanholas sob o comando de Napoleão.

Héber Sales, professor de literatura e ficção, o Brasil já apresentava seus primeiros sinais de revolução através de linguagem artística por volta dos anos 1600. “Um exemplo disso é o poeta Grogório de Matos, ou Boca do Inferno, é conhecido por suas sátiras, que também eram dirigidas ao governo”, reitera o professor.

Mais para frente, o Brasil enfrentou a Ditadura Militar (1964-1985). O país ficou sob o comando dos militares que lutavam contra o comunismo. Foi uma era recheada de repressão e censura, gerando muitas reações de protesto da população. A comunidade dos artistas, no entanto, recebeu uma atenção especial e é lembrada com orgulho pelo povo.  “Esse grupo foi bastante engajado na defesa dos direitos humanos”, relembra Janaina.

A música “Pra Não Dizer Que Não Falei das Flores”, de Geraldo Vandré, se tornou o hino do movimento revolucionário contra a Ditadura Militar. Outras músicas que foram importantes para o movimento que se opunha à Ditadura, foram “Cálice” (Cale-se) e “Apesar de Você” do Chico Buarque; “Alegria, Alegria”  do Caetano Veloso.

Apesar de se manifestar com mais força contra a política, a arte protesta em todos os âmbitos sociais. O dramaturgo e romancista Ariano Suassuna lutava contra o antipatriotismo, buscando mostrar sempre a importância e a beleza da identidade regional. Isso fica evidente em sua obra “O auto da Compadecida”.

Outro exemplo é do grafiteiro Mundano, que anda pelas ruas de São Paulo pintando carroças e as deixa com vida. Sua missão é acabar com a invisibilidade dos carroceiros que, segundo ele, são responsáveis por 70% da reciclagem do país. Há também o grupo Gerrilla Girls, que tem como meta combater o sexismo e o machismo no meio da arte.

Independente de qual seja a revolução ou a linguagem artística, a arte vai sempre trabalhar com os sentidos e com as emoções. Isso lhe proporcionará continuamente um poder extraordinário e um alcance maior na sociedade. O cinema, por exemplo, alcança muitas pessoas e trabalha cada vez mais suas mensagens de acordo com algum engajamento social.

A arte está constantemente presente nas revoluções sociais

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Desde seu princípio o cinema cumpre seu papel como instrumento questionador. 

História do Cinema - Arte questionadora
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Tá na tela, é Brasil

Um sábado à noite é sempre o ideal. Amigos, pipoca, o amor do lado.  Mas se chove, não importa o dia nem a hora, o clima pede cobertor e filme. E, assim, começa a viagem por um universo intangível, mas que pode te arrancar lágrimas ou te eriçar os pêlos do corpo. Pode ser que te levem para um mundo irreal, utópico e quase sempre desejável. Ou até mesmo o caos que só se admite ver. Mas não só de ficção se faz o cinema, ainda mais quando se fala de Brasil. A realidade ganha as telas e replicam um recorte da vida real mundo a fora.

Desde as Pornochanchadas, nos ano 1970, o cinema tupiniquim foi taxado de “palavrão e sexo”. É verdade que no Brasil se fala palavrão. Por aqui, se faz muito sexo também, mas Rodrigo Oliveira, doutor em cinema e professor na Universidade Federal de Goiás, discorda do rótulo pejorativo. “Isso tem a ver, entre outras coisas, com o acesso restrito que o grande público tem à diversidade das obras. Boa parte da produção atual é exibida em festivais e não tem uma vida de circulação muito grande. Logo, o público brasileiro, no geral, tem uma imagem incompleta do seu próprio cinema”, assegura.

O Cinema Novo, dos anos 1960, estreou a tendência de os cineastas se posicionarem de maneira mais firme e se envolverem com a política. Fato que contraria a ideia de que o brasileiro só produz besteirol. Logo, algum conteúdo crítico, independente do discurso ou do ponto de vista, existe no cinema brasileiro. Seja nos filmes policiais, na comédia, no drama ou nos romances, protesto e crítica falam de um Brasil que quase não se enquadra por uma câmera ou não se reproduz na maioria das telas de cinema. “O cinema brasileiro teve muitas fases e diferentes relações com o público. Hoje, o que temos é um contexto global em que a relação do público com todo o cinema tem mudado”, ressalta Oliveira. Ele se refere ao grande apelo das produtoras pelo consumo de filmes ou séries em casa, via streaming, por exemplo.

O deslocamento dos espectadores para as salas de cinema se tornou algo menos atrativo. Isso implica em muitos filmes, como os da produção de comédias da Globo, ganharem uma linguagem televisiva a ponto de cinema e TV terem definições confusas na mente do público. “Ao mesmo tempo, paralela a essa produção que está na linha de frente do consumo atual de cinema, há filmes que não despertam o mesmo interesse do público e tampouco conseguem entrar em espaços de exibição com grande visibilidade. Esses filmes acabam existindo dentro de nichos, e apenas o público mais interessado tem acesso a ele”, explica o doutor.

O cineasta Matheus Siqueira acredita que o público brasileiro passou a consumir mais as próprias produções devido ao crescimento de blockbusters nacionais (filmes populares como Cidade de Deus e Tropa de Elite. “Então, em vez de as pessoas pegarem pra verem filmes americanos, agora elas passaram a pagar para verem filmes brasileiros”, explica o Siqueira.

Coisa cara que é, o cinema nacional encontra dificuldades para acontecer sem os mecanismos de incentivo que são necessários para a produção, como aponta Siqueira. Nos Estados Unidos, o cinema é um produto que gera lucro. “As pessoas investem para ter um retorno”, diz o cineasta. Já em lugares como Europa, Ásia, África e América Latina, cinema o governo têm sempre uma influência em quão boa ou ruim está a produção cinematográfica no país. Matheus aponta a reinstituição da Ancine como uma alavanca na produção nacional. “Eu me refiro à produção, porque no quesito ideias e criatividade o Brasil sempre surpreendeu. O brasileiro sempre conseguiu fazer muito com pouco dinheiro”, elogia.

Eduardo Coutinho é um exemplo de produção de filmes de baixo orçamento que são estudados no mundo todo. Em nenhum outro lugar do mundo se encontra um José Padilha aplicando tudo o que aprendeu nessa ginga brasileira de trabalhar sem dinheiro para fazer produções como Narcos. O Brasil força as pessoas a desenvolverem soluções criativas que não são encontradas em outros países. “A melhor coisa do cinema brasileiro é a extrema criatividade. Historicamente ele teve que fazer muito com pouco e criar mecanismos”.

Se comparado com o cinema americano, pode ser que o brasileiro não se iguale na produção. Se comparado com o cinema europeu, dá para perceber que aqui não temos uma linguagem técnica e autoral. Para Matheus, o justo seria comparar o cinema brasileiro atual com o que ele já foi há tempos atrás. “Nessa questão, eu acho que o Brasil está avançando a grandes passos”, comemora. O cineasta acredita que A maior falha, no momento, seria a desvalorização da Ancine e a diminuição dos recursos destinados à cultura.

"Eu acho que o Brasil está avançando a grandes passos"

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Enquanto os olhos do mundo se voltam para o Oscar, maior e mais prestigiado prêmio do cinema mundial, nos perguntamos sobre como andam as produções brasileiras. O que os próprios brasileiros pensam a respeito daquilo que é produzido aqui?

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Esse é um filme de Guilhermo del Toro que vem sendo o queridinho nas premiações. O drama também é reconhecido por todos os críticos como uma homenagem ao cinema, por conta de todas as referências que o cineasta deixa passar em sua obra. A Forma da Água na verdade nos mostra que os verdadeiros monstros estão entre os homens.

Trata-se de m filme inspirado na operação Dinamo que resgatou mais de 330 mil homens da cidade de Dunkirk na Segunda Guerra Mundial. Muitos críticos dizem que o drama é capaz de trazer você para dentro da Guerra e vê-la como você nunca viu. O filme promete trazer sua empatia à tona.

Trata-se de m filme inspirado na operação Dinamo que resgatou mais de 330 mil homens da cidade de Dunkirk na Segunda Guerra Mundial. Muitos críticos dizem que o drama é capaz de trazer você para dentro da Guerra e vê-la como você nunca viu. O filme promete trazer sua empatia à tona.

É um filme de terror com um fundo de história verídica. Fazendo crítica a toda dificuldade que os jovens negros enfrentam no seu dia-a-dia. O longa retrata o pavor de viver sem segurança.

O filme baseado em fatos reais conta a história do Pentagon Papers, um documento publicado pelo Washington Post contendo todas as informações sobre as ações dos EUA no Vietnã. Além disso, o filme trata os personagens como as personificações dos pilares daquele tempo, importantes para o enredo: O Estado, A mídia e a Família.

Como estão dizendo os críticos, é um filme sobre a Raiva. Diferente dos dramas baseados em fatos reais que o enredo te leva ao perdão, esta história explora o sentimento de que, ás vezes, devemos aceitar o ódio, para só depois disso, evoluirmos ao perdão.

No filme há dois sentimentos presentes: desejo e admiração. O desejo e a curiosidade viram sinônimos. De uma forma ou de outra esses sentimentos são tidos como proibidos já que estamos falando de um relacionamento homoafetivo. O despertar da sexualidade, uma vida sem rótulos e um enredo envolvente são características desta obra.

Uma obra cheia de duplos sentidos. Assim como o filme MÃE! Este, porém, mistura a loucura com o comprometimento. Como os críticos estão gostando de dizer, ele é uma espécie de comédia romântica perversa.  Um homem se apaixona pelo trabalho, incapaz de amar outra coisa que não é a perfeição, até que um dia uma moça chega para quebrar todos os paradigmas de sua vida.

A história baseada em fatos reais conta sobre um controverso estadista muito complexo e falho. Por conta disso a nação reflete todos os seus erros. Com um enredo envolvente, O Destino de uma Nação consegue refletir o passado no presente. Uma obra cheia de significados para o atual quadro de politica que vivemos.

Direção: Prof. Me. Andréia Moura

Contatos: (19) 3858-9072

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Editora chefe: Prof. Ms. Andreia Moura

Secretária de Redação: Emanuely Miranda


Repórteres: Emanuely Miranda, Karollyne Aguiar, Sabryna Ferreira, Thamiris Senis, 


Programação visual: Emanuely Miranda e Lia Castro


Vídeo: Guilherme Melo

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